Sustentabiliarte tem artigo publicado na Revista UniFreire

Tudo começa com Paulo Freire, falando sobre uma proposta de pedagogia da terra.  Essa sendo publicada pelas mãos de Moacir Gadotti – Pedagogia da Terra (Petrópolis, 2000) um grande conteúdo para a vida, para sanar a vida e integrar-se com a alma!

Com muito prestígio e eterna gratidão a UNI Freire, obrigada!

Por acreditar na ECOPEDAGOGIA como um dos caminhos mais coerentes para a formação educacional, intelectual,  social e emocional do indivíduo.  Afinal, não podemos continuar separando o intelectual do emocional, somos um ser completo a partir do momento que compreendemos que estes conceitos estão entrelaçados. Segregá-los é sim um grande desequilíbrio, a filosofia  considerada o intelectual  um degrau cognitivo superior a experiência sensível e intuitiva, um grande erro. Vemos isso na sociedade atual, totalmente medicamentosa, uma sociedade doente emocionalmente que a cada dia ganha novas categorias de síndromes psiquiátricas. Quem fatura como tudo isso? A indústria farmacêutica, que hoje em dia é uma das mais crescentes no planeta.

Hoje campos de estudos como a neurociência e o neurocientista Richard Davidson vem provando a cada nova descoberta as verdadeiras motivações do ser humano, o que de fato o faz feliz. Seus estudos são  compartilhados com a humanidade  em documentários e palestras mundo a fora.

Rumo à planetariedade, juntos podemos formar cidadãos planetários ! 

A Revista UniFreire é dedicada à publicação de artigos, que tenham como referência os princípios filosóficos, políticos e pedagógicos de Paulo Freire, resultantes de pesquisas, acadêmicas ou não, de reflexões sobre a prática e construção de conhecimentos sobre educação.

CAMINHOS PARA UMA ECOEDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL  – Gabriela Maria Diaz

RESUMO

Uma pedagogia que promova a aprendizagem significativa, atribuindo sentido às ações cotidianas, visando à sustentabilidade como eixo principal. Conscientizar a criança sobre o seu papel (no planeta), evidenciando na proposta os problemas atuais e ajudá-la a compreender as questões étnicas, sociais, culturais, políticas, econômicas e ecológicas de uma forma natural, através de diversas atividades para o desenvolvimento autônomo e consciente da criança, a fim de que ela se torne, assim, um futuro cidadão planetário, ciente de que sua casa é o planeta Terra.

As contribuições recebidas são submetidas à avaliação de uma Comissão Editorial que analisa os artigos do ponto de vista da adequação dos mesmos ao perfil e à linha editorial da revista, da pertinência do tema e forma de abordagem do conteúdo. Conheça as normas técnicas para publicação clicando aqui.

O recebimento de artigos ocorre em fluxo contínuo, por meio do e-mail:secretaria@unifreire.org

http://www.paulofreire.org/comunidade-freiriana-revista-unifreire

ESCREVA O QUE TE MOTIVA PARA VER UM PLANETA SUSTENTÁVEL DE VERDADE!

SEMANA MUNDIAL DO BRINCAR

Esta semana é muito importante para a Aliança pela Infância, pois é uma mobilização que reúne diferentes atores, como pais, educadores, médicos, comunicadores, instituições privadas, representantes de instituições governamentais, entre outros. Juntos, realizamos um conjunto de ações com o imageobjetivo de ressaltar a importância do Brincar na sociedade.

O foco é lembrar os adultos sobre a necessidade de preservação e o respeito do tempo das crianças brincarem. Cada vez mais vemos famílias que, por não poderem ter um tempo de qualidade com seus filhos, compram vídeos, jogos eletrônicos entre outras coisas e passam menos tempo ao lado deles.

Chamamos de tempo de qualidade aquele que os adultos passam com as crianças, quando eles estão presentes com atenção e com amorosidade. Trata-se da presença atenta à intermediação, quando necessária, quando solicitada. Nada mais.

Neste contexto, ressaltamos também os cuidados que os adultos precisam ter com os excessos de zelo, interferindo constantemente nas brincadeiras das crianças, sem respeitá-las. Cada brincadeira tem um momento e cada criança tem um tempo interno que a conecta à brincadeira.

Quando adultos cometem interferências constantes, tentando ensinar as crianças a brincar corretamente, eles podem estar anulando outras possibilidades de construções internas que ocorrem naquele momento.

Cuidados como estes e outros, como respeitar os momentos das brincadeiras livres, onde podem correr e se movimentar, fazem parte da necessidade das crianças para que possam desenvolver-se plenamente, de forma sadia, física e emocionalmente.

Para que isso seja respeitado, é preciso que a sociedade atual tenha consciência e se preocupe em ter espaços públicos adequados e seguros para tornar viável esta necessidade vital do ser humano.

O Brincar é um direito político das crianças que une, por meio da Semana do Brincar, parceiros com as mais distintas origens para fazer parte desta ciranda. É um caminho de transformação social que tem como missão honrar o direito de ser criança.

O que é a Semana Mundial do Brincar?

Uma semana de mobilização promovida por todos os núcleos da Aliança pela Infância no Brasil e nos municípios parceiros que compartilham conosco suas experiências.

São manhãs e tardes de brincadeiras abertas para a comunidade, palestras e ciclos de debates, sempre com o tema do brincar, realizados graças a uma série de articulações.

Objetivo

Contribuir para o aumento da sensibilização e da consciência sobre a importância do brincar e o respeito que devemos ter por esta ação e compartilhar o impacto das consequências de termos cada vez menos tempo para esta ação na infância.

De que brincar estamos falando?

O brincar em que acreditamos é:
— Atividade essencial com fim em si mesma

— Instrumento de expressão e desenvolvimento da criança

— Resgate cultural das brincadeiras de rua e vivências lúdicas

— Fonte de aprendizado, transmissão de saberes e de educação para todos

— Expressão cultural que promove encontros entre membros de gerações diferentes

— Criador de vínculos sociais e de comunicação

— Lazer e fonte de prazer

Por quê?

A Aliança pela Infância no Brasil tem divulgado e incentivado a comemoração do Dia internacional do Brincar, desde sua criação. Para esta rede, o movimento que dissemina o Brincar é extremamente importante, pois acredita que as crianças precisam de tempo para ser crianças.

Como o movimento vem crescendo a cada ano, a comemoração do Dia Internacional do Brincar também se ampliou e conquistou cada vez mais adesões e parcerias, tendo se transformado na Semana Nacional do Brincar em 2010.

A Semana Mundial do Brincar é uma campanha de mobilização social de grande relevância para o trabalho da rede no Brasil. A Aliança pela Infância tem acompanhado o curso que este evento tem tido no país e seus desdobramentos. Acredita que ainda há muito por fazer neste âmbito, pois se trata da garantia de um dos direitos essenciais das crianças.

Como acontece?

São manhãs e tardes com oficinas e espaços abertos para brincadeiras, música, artes plásticas, teatro, danças, circo, leitura, contação de histórias, manifestações culturais tradicionais e atividades livres em espaços lúdicos com brinquedos não estruturados. Também há para adultos, a organização de palestras e debates sobre este tema.

As comemorações ocorrem em todos os núcleos da Aliança pela Infância e nos municípios que entram em contato com a gestão nacional da Aliança pela Infância, para desenvolverem ações em parceria. Para isso precisamos garantir que:

A participação nesta comemoração seja gratuita para todos;
As ações desta semana permitam a união de pessoas de idades e culturas diferentes;
O brincar seja tratado como uma ação com um fim em si mesma;
As ações desta semana promovam o brincar sob todas as suas formas: brincadeiras, momentos com brinquedos diferenciados, jogos de tabuleiro, jogos ao ar livre, brincadeiras tradicionais, e iniciativas como exposições, palestras, debates;
Nesta semana, nossos esforços sejam focados em promover a prática do brincar em espaços públicos e privados, instituições, escolas, na rua e na família.

Público-alvo

Crianças de até 12 anos de todas as classes sociais.

Beneficiários diretos

Crianças que participam diretamente dos eventos.

Adultos que participam acompanhando as crianças.

Beneficiários indiretos

Crianças que não participaram diretamente, mas que convivem com pessoas que participaram e que costumam replicar as brincadeiras e atividades significativas.

Execução

Identificar os locais em que o evento vai ocorrer, em parceria com a Aliança pela Infância;
Organizar e articular estas ações com o núcleo local da Aliança pela Infância – caso haja um no município;
Convidar profissionais de áreas diferentes para atuar voluntariamente na Semana do Brincar;
Definir a agenda;
Divulgar o evento em rede nacional por meio da gestão da Aliança pela Infância;
Identificar parceiros potenciais no local para execução em conjunto das ações;
Consolidar, com parceiros locais e nacionais, o apoio com a presença de monitores, segurança e equipe de saúde para a realização dos eventos;
Elaborar e executar a sistematização das ações que compõem a semana;
Acompanhar o número de crianças e adultos atendidos.

Onde se realiza?

Independentemente do local onde você esteja, basta apenas desejar fazer parte desta ciranda de pessoas conectadas ao mesmo objetivo: promover a consciência sobre a importância do brincar para todos os cidadãos.

Seja você também um voluntário nesta jornada em defesa de um dos direitos mais preciosos da infância!

Convite para publicação no Boletim UniFreire: edição de maio de 2014

A união faz a força!

A Universitas Paulo Freire (UniFreire) é uma instituição mantida pelo Instituto Paulo Freire (IPF) e constituída por uma rede de pessoas e instituições freirianas de diversos países. Organiza-se como um espaço de produção e publicização de conhecimentos. Tem como objetivo estabelecer e fortalecer laços entre grupos que atuam com base nos princípios de Paulo Freire.

Para refletir, potencializar e socializar ações, criou-se o Boletim UniFreire. Convidamos todos a enviarem suas contribuições, para uma ou mais seções desta publicação.

Para mais informações (tipos de textos, formatos e prazos), veja as instruções necessárias:

boletim_unifreire_formato_contribuicoes

Os textos deverão ser enviados até dia 1º/03/2014, para publicação prevista no dia 2 de maio do mesmo ano, em homenagem a Paulo Freire, por ser a data de seu falecimento.

Gostaríamos de reforçar a importância de manter vivo o elo que une a todos nós, a busca por um mundo melhor, mais justo e solidário, tendo como referência os princípios filosóficos, políticos e pedagógicos de Paulo Freire.

Fonte: http://www.paulofreire.org/convite-para-publicacao-no-boletim-unifreire-edicao-de-maio-de-2014-2

CARTA DA ECOPEDAGOGIA

Em defesa de uma pedagogia da Terra

mc3a3e-terra1. Nossa Mãe Terra é um organismo vivo e em evolução. O que for feito a ela repercutirá em todos os seus filhos. Ela requer de nós uma consciência e uma cidadania planetárias, isto é, o reconhecimento de que somos parte da Terra e de que podemos perecer com a sua destruição ou podemos viver com ela em harmonia, participando do seu devir.

2. A mudança do paradigma economicista é condição necessária para estabelecer um desenvolvimento com justiça e eqüidade. Para ser sustentável, o desenvolvimento precisa ser economicamente factível, ecologicamente apropriado, socialmente justo, includente, culturalmente eqüitativo, respeitoso e sem discriminação. O bem-estar não pode ser só social; deve ser também sócio-cósmico.

3. A sustentabilidade econômica e a preservação do meio ambiente dependem também de uma consciência ecológica e esta da educação. A sustentatibilidade deve ser um princípio interdisciplinar reorientador da educação, do planejamento escolar, dos sistemas de ensino e dos projetos político-pedagógicos da escola. Os objetivos e conteúdos curriculares devem ser significativos para o(a) educando(a) e também para a saúde do planeta.

4. A ecopedagogia, fundada na consciência de que pertencemos a uma única comunidade da vida, desenvolve a solidariedade e a cidadania planetárias. A cidadania planetária supõe o reconhecimento e a prática da planetaridade, isto é, tratar o planeta como um ser vivo e inteligente. A planetaridade deve levar-nos a sentir e viver nossa cotidianidade em conexão com o universo e em relação harmônica consigo, com os outros seres do planeta e com a natureza, considerando seus elementos e dinâmica. Trata-se de uma opção de vida por uma relação saudável e equilibrada com o contexto, consigo mesmo, com os outros, com o ambiente mais próximo e com os demais ambientes.

5. A partir da problemática ambiental vivida cotidianamente pelas pessoas nos grupos e espaços de convivência e na busca humana da felicidade, processa-se a consciência ecológica e opera-se a mudança de mentalidade. A vida cotidiana é o lugar do sentido da pedagogia pois a condição humana passa inexoravelmente por ela. A ecopedagogia implica numa mudança radical de mentalidade em relação à qualidade de vida e ao meio ambiente, que está diretamente ligada ao tipo de convivência que mantemos com nós mesmos, com os outros e com a natureza.

6. A ecopedagogia não se dirige apenas aos educadores, mas a todos os cidadãos do planeta. Ela está ligada ao projeto utópico de mudança nas relações humanas, sociais e ambientais, promovendo a educação sustentável (ecoeducação) e ambiental com base no pensamento crítico e inovador, em seus modos formal, não formal e informal, tendo como propósito a formação de cidadãos com consciência local e planetária que valorizem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.

7. As exigências da sociedade planetária devem ser trabalhadas pedagogicamente a partir da vida cotidiana, da subjetividade, isto é, a partir das necessidades e interesses das pessoas. Educar para a cidadania planetária supõe o desenvolvimento de novas capacidades, tais como: sentir, intuir, vibrar emocionalmente; imaginar, inventar, criar e recriar; relacionar e inter-conectar-se, auto-organizar-se; informar-se, comunicar-se, expressar-se; localizar, processar e utilizar a imensa informação da aldeia global; buscar causas e prever conseqüências; criticar, avaliar, sistematizar e tomar decisões. Essas capacidades devem levar as pessoas a pensar e agir processualmente, em totalidade e transdisciplinarmente.

8. A ecopedagogia tem por finalidade reeducar o olhar das pessoas, isto é, desenvolver a atitude de observar e evitar a presença de agressões ao meio ambiente e aos viventes e o desperdício, a poluição sonora, visual, a poluição da água e do ar etc. para intervir no mundo no sentido de reeducar o habitante do planeta e reverter a cultura do descartável. Experiências cotidianas aparentemente insignificantes, como uma corrente de ar, um sopro de respiração, a água da manhã na face, fundamentam as relações consigo mesmo e com o mundo. A tomada de consciência dessa realidade é profundamente formadora. O meio ambiente forma tanto quanto ele é formado ou deformado. Precisamos de uma ecoformação para recuperarmos a consciência dessas experiências cotidianas. Na ânsia de dominar o mundo, elas correm o risco de desaparecer do nosso campo de consciência, se a relação que nos liga a ele for apenas uma relação de uso.

9. Uma educação para a cidadania planetária tem por finalidade a construção de uma cultura da sustentabilidade, isto é, uma biocultura, uma cultura da vida, da convivência harmônica entre os seres humanos e entre estes e a natureza. A cultura da sustentabilidade deve nos levar a saber selecionar o que é realmente sustentável em nossas vidas, em contato com a vida dos outros. Só assim seremos cúmplices nos processos de promoção da vida e caminharemos com sentido. Caminhar com sentido significa dar sentido ao que fazemos, compartilhar sentidos, impregnar de sentido as práticas da vida cotidiana e compreender o sem sentido de muitas outras práticas que aberta ou solapadamente tratam de impor-se e sobrepor-se a nossas vidas cotidianamente.

10. A ecopedagogia propõe uma nova forma de governabilidade diante da ingovernabilidade do gigantismo dos sistemas de ensino, propondo a descentralização e uma racionalidade baseadas na ação comunicativa, na gestão democrática, na autonomia, na participação, na ética e na diversidade cultural. Entendida dessa forma, a ecopedagogia se apresenta como uma nova pedagogia dos direitos que associa direitos humanos – econômicos, culturais, políticos e ambientais – e direitos planetários, impulsionando o resgate da cultura e da sabedoria popular. Ela desenvolve a capacidade de deslumbramento e de reverência diante da complexidade do mundo e a vinculação amorosa com a Terra.

CORAÇÃO

 

FONTE : Organização: Instituto Paulo Freire – Apoio: Conselho da Terra e UNESCO-Brasil